segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cientistas desenvolvem cápsula capaz de absorver substâncias radioativas de líquidos


Produto pode tornar bebidas como água e leite seguras para consumo em regiões que foram contaminadas com altos níveis de radiação


Cientistas da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma cápsula capaz de absorver e reduzir a concentração de substâncias radioativas de alguns tipos de líquido, como água, leite, sucos de frutas e papinhas de criança. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, durante uma conferência da Sociedade Americana de Química na cidade americana de San Diego, na Califórnia.

Os pesquisadores acreditam que a cápsula pode ser usada, futuramente, por empresas alimentícias e também por consumidores comuns, especialmente os localizados em áreas que sofreram algum tipo de derramamento radioativo. O exemplo mais recente é o acidente nuclear ocorrido no Japão em março de 2011, que acabou por contaminar alimentos em regiões próximas à usina afetada pelo terremoto.

O pesquisador Allen Apblett, principal autor do estudo, declarou que estava experimentando métodos para remover urânio e outros metais pesados de água destinada para os humanos beberem. Estava também estudando maneiras de encontrar com facilidade o urânio em oceanos. Mas após o acidente japonês, ele e sua equipe se concentraram em tentar tornar comidas e bebidas seguras para o consumo humano, em casos de desastres semelhantes.

A cápsula é composta por nano partículas de óxidos metálicos (a ferrugem, por exemplo, é um óxido metálico) que reagem com determinados materiais radioativos e, consequentemente, conseguem absorvê-los. Assim, a ideia dos cientistas é inserir a cápsula nos líquidos, deixá-la agir pelo tempo necessário para que ocorra a absorção e depois retirá-la do recipiente. Esta ação reduziria a concentração de substâncias radioativas do produto em questão, tornando-o seguro para o consumo.

Os óxidos metálicos presentes na cápsula são capazes de atrair e absorver elementos químicos da tabela periódica conhecidos como actinídeos, entre eles o plutônio e o urânio, além de outros elementos radioativos como o chumbo, o arsênico e o estrôncio, relacionados normalmente com íons radioativos derivados da fissão nuclear.

Em testes preliminares de laboratório, a nova técnica foi capaz de reduzir a concentração de materiais radioativos a níveis que os pesquisadores não conseguiram nem detectar. Mas ainda não foi comprovado se a cápsula funciona da mesma forma em concentrações altas de radiação.

Fonte: http://veja.abril.com.br/ciencia/

Fabio e César

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